O perfil do transporte por ônibus urbano no País resumido em 6 fatos
14/08/2024
Dados da NTU abrangem 33% da frota nacional, que cobre nove sistemas de capitais e regiões metropolitanas
Presente no dia a dia da população brasileira principalmente por sua capilaridade pelo País, o transporte coletivo por ônibus concentra a maior parcela de usuários na comparação com outros modais, mesmo com a perda de passageiros que teve início antes mesmo da pandemia de covid-19.
Recentemente, a Associação Nacional dos Transportes Urbanos (NTU) divulgou informações inéditas sobre o setor, análise que compreende nove sistemas de transporte público por ônibus, em capitais e regiões metropolitanas que, juntas, representam aproximadamente 33% da frota nacional e 34% do total de passageiros transportados no Brasil. A seguir, confira alguns destaques do levantamento.
1. DADOS RECENTES. A pesquisa apontou que, em abril de 2023, 204,6 milhões de pessoas usaram o transporte por ônibus. Em outubro do mesmo ano, foram 223 milhões de passageiros. Esse é o dado mais recente de pessoas que utilizam o modal.
2. PERDA DE PASSAGEIROS. Em outubro de 2013, o sistema chegou a transportar 298,9 milhões de passageiros, contra os 223 milhões registrados em outubro de 2023. Ou seja, em 10 anos, o transporte público por ônibus perdeu 44,1% do volume de passageiros pagantes, ou 19,1 milhões por dia em relação à quantidade transportada em 2014. O fenômeno, que começou antes da pandemia de covid-19, se intensificou com ela: na comparação com 2019, o ano passado fechou com queda de 25,8% no número de usuários. Isso quer dizer que, nos últimos quatro anos, um em cada quatro passageiros deixou de usar ônibus nas cidades analisadas pela NTU.
3. SUBSÍDIO PARA O TRANSPORTE. A quantidade de municípios que possuem algum subsídio tarifário em seus sistemas de transporte coletivo por ônibus aumentou significativamente nos últimos anos: atualmente são 365 cidades que fazem uso desse recurso, ao custo estimado de R$ 12 bilhões por ano. Há quatro anos, entretanto, somente 20 sistemas contavam com receita além da tarifa cobrada do passageiro na composição de seus modelos de financiamento, segundo a NTU.
4. CIDADES COM TARIFA ZERO. Em quatro anos, 91 cidades passaram a aplicar também a gratuidade nas passagens de transporte público por ônibus. Dessa forma, em 2024, temos o total de 135 municípios brasileiros com tarifa zero no transporte por ônibus urbano.
Entretanto, essa ainda é uma realidade restrita, pois a maioria das cidades que aplicam a gratuidade tem menos de 50 mil habitantes. Em nenhuma capital brasileira os programas de gratuidade atendem a totalidade da população em todos os dias da semana.
5. CUSTO MÉDIO DO BILHETE. Segundo levantamento da NTU, o valor médio da passagem de ônibus no Brasil é de R$ 4,50. Em 2019, ele superava os R$ 6, valor que registrou queda por conta justamente do aumento nos subsídios em diversos municípios do País.
6. FROTA VELHA. Desde 2011 não ocorre redução na idade média da frota de ônibus, que atingiu recorde histórico de 6 anos e 5 meses, sendo que a idade média ideal seria de 5 anos. Ou seja, a frota nacional é velha. "Sua renovação depende de mecanismos de financiamento acessíveis às empresas operadoras e que não onerem excessivamente o custo", diz Francisco Christovam, diretor executivo da NTU.
Autor(a): DANIELA SARAGIOTTO