Frota de ônibus elétricos em São Paulo vai para 179 unidades, 6,88% da meta para 2024, e modelos chineses são avaliados, diz SPTrans

29/05/2024

Fonte: Diário do Transporte

Ônibus da Ankai e da Higer entram para as avaliações oficiais da gerenciadora de transportes. Modelo de 21 metros da chinesa BYD está em fase de testes e SPTrans diz que brasileira Eletra não apresentou oficialmente veículo de 21 metros a bateria e o E-Trol

ADAMO BAZANI

(Reportagem publicada orginalmente às 06h31 desta quarta-feira, 29 de maio de 2024)

A frota de ônibus elétricos com bateria cadastrada na cidade de São Paulo chegou nesta semana a 179 unidades.

A informação é da SPTrans (São Paulo Transporte), gerenciadora das linhas municipais, em resposta ao Diário do Transporte nesta terça-feira, 28 de maio de 2024.

Contando com os 201 trólebus, que são ônibus elétricos, mas que funcionam conectados à rede de fiação área, a frota movida a eletricidade é de 380 veículos.

OS 179 ônibus elétricos com baterias significam 6,88% dos 2,6 mil veículos anunciados ainda em 2021 como meta da prefeitura de São Paulo para a eletrificação da frota do transporte coletivo municipal até o fim de 2024.

O principal entrave para frota não avançar como a gestão anunciou é a falta de infraestrutura nas garagens para recarregar as baterias dos ônibus elétricos e das redes de distribuição dos bairros, que precisam ter a capacidade elevada de baixa tensão para média e alta tensão.

Além disso, para que não falte energia nas casas das pessoas, hospitais e comércios quando 50 ônibus elétricos ou mais estiverem carregando ao mesmo tempo, é necessário instalar subestações de energia nas garagens, semelhantes às que existem nas estações de trem e de metrô, de acordo com estudos em conjunto da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

O impasse está em especial no financiamento desta infraestrutura, uma vez que, por várias fontes nacionais e internacionais, a compra dos veículos tem a possibilidade de receber apoios de R$ 5,75 bilhões.

Apesar do impasse sobre a infraestrutura e de a frota evoluir lentamente, a SPTrans avalia a entrada de mais modelos de ônibus elétricos que serão disponibilizados às viações, em especial de fabricação chinesa.

Modelos da Ankai (JAC Motors), incluindo os de pequeno porte para as linhas de bairro operadas por ex-cooperativas, e da Higer, ambas fabricantes chinesas, entraram para as avaliações oficiais da gerenciadora de transportes.

Além disso, está sendo testado um ônibus articulado de 21 metros, com capacidade para quase 200 passageiros, com tecnologia da chinesa BYD, mas que é montado na planta fabricante em Campinas (SP).

A SPTrans afirmou ainda, em resposta ao Diário do Transporte, que a brasileira Eletra (que hoje equipa frota de ônibus elétricos em operação da cidade) ainda não apresentou oficialmente à gerenciadora para testes o modelo de 21,5 metros articulado com baterias e o E-Trol, um modelo de 21,5 metros que reúne no mesmo veículo as funcionalidades de ônibus com bateria e trólebus, podendo rodar trechos conectado à fiação superior ou de forma independente.

Veja abaixo a resposta completa da SPTrans ao Diário do Transporte:

A SPTrans informa que 380 veículos movidos à energia elétrica compõem a frota do sistema de transporte coletivo da cidade de São Paulo, atualmente. Sendo 179 à bateria e 201 são trólebus.

O veículo articulado de 21 metros a bateria e o E-Trol não foram oficialmente apresentados pela Eletra para a realização dos testes de conformidade, desempenho e autonomia da SPTrans. O modelo articulado elétrico da BYD está em fase de testes. Além disso, a SPTrans está avaliando modelos da Ankai e Higer.

Para ingressar no sistema municipal de transporte público todo modelo de ônibus deve atender aos requisitos previstos no seu “Manual dos Padrões Técnicos de Veículos”. Especificamente os movidos a baterias devem atender ao “Manual dos Padrões Técnicos de Veículos – Tração Elétrica”.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes